O procurador federal Gilberto Waller Júnior foi nomeado como o novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (30) pelo Palácio do Planalto e determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com assinatura da ministra-chefe substituta da Casa Civil, Miriam Belchior. O ato será publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União.

Waller Júnior é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, com pós-graduação em Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro, e ingressou no INSS como procurador em 1998. Ocupou os cargos de corregedor-geral (2001–2004) e subprocurador-geral (2007–2008). Atuou também na Controladoria-Geral da União (CGU), onde foi ouvidor-geral da União entre 2016 e 2023, e atualmente é corregedor da Procuradoria-Geral Federal, vinculada à Advocacia-Geral da União (AGU).

A nomeação ocorre após a demissão de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, afastado pela Justiça Federal em decorrência da Operação Sem Desconto, que revelou um esquema de fraudes entre 2019 e 2024, com descontos irregulares aplicados a aposentados e pensionistas, em benefício de entidades e organizações sociais.

A exoneração de Stefanutto foi determinada no mesmo dia da operação, após ser identificado como omisso diante das denúncias. Desde a última quinta-feira (24), o cargo vinha sendo ocupado interinamente por Débora Aparecida Floriano, diretora de Orçamento, Finanças e Logística do INSS.

Além de Stefanutto, outros cinco servidores foram afastados e posteriormente demitidos. Na terça-feira (29), o juiz Frederico Botelho de Barros Viana, da 15ª Vara Federal Criminal de Brasília, autorizou a quebra de sigilo telemático de Stefanutto para aprofundar as investigações.

Com a chegada de Gilberto Waller ao comando, o governo espera reorganizar a gestão do INSS, ampliar a transparência e restaurar a credibilidade da autarquia, responsável por milhões de beneficiários da Previdência Social.